sábado, 13 de novembro de 2010


Por que Deus não me transforma?

Já prestei atenção e concluí que existem coisas em mim – por piores que sejam – que Deus não muda. Ao contrário, permite que eu conviva com certas fraquezas e me educa para que eu não me inquiete nem me orgulhe. É como um teste! Na verdade, é a oportunidade que tenho de Lhe dizer que meu amor por Ele fundamenta-se naquilo que Ele é e não nas graças que me concede. Preste atenção! Verifique se o mesmo não se dá em você e não perca a oportunidade de dizer que você O ama pelo que Ele é e não pelo que faz por você!
Ricardo Sá

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Quem ama cuida!


Quer saber quais as coisas que você ama?
Acredito profundamente na máxima que diz: “Quem ama cuida”, e percebo que tal ditado se estabelece como critério avaliativo para pesarmos nossos relacionamentos.Quer saber quais as coisas que você ama? É só verificar atentamente as coisas das quais você cuida, pois a gente só percebe que ama depois que descobre que cuida.
Você ama sua família? Seus amigos? Sua esposa (o)? Você cuida destes? Quanto tempo você gasta com eles? Ou seu amor é apenas um vago sentimento que não muda em nada a vida dos que lhe são caros… Amor implica atitude, não existe amor estático, só de palavras; quem ama incomoda.
Amar é buscar o outro, é preocupar-se com ele, é gastar tempo com a pessoa e por causa da pessoa. Amar é ter a coragem de se expor pelo outro. Não acredito naqueles que dizem nos amar, mas não fazem nada para que nossa vida se torne melhor. Quem ama dá um jeito, arranja tempo, liga, se envolve; enfim, se faz presença.
Não se constroem grandes relacionamentos por meio de cursos de correspondência. Para que os laços se aprofundem é preciso gastar tempo ao lado do outro. Deus nos livre de relacionamentos superficiais, nos quais o que impera é a representatividade e o cuidado é ausente… Amor sem cuidado é arte sem encanto, é corpo sem alma, é abstração.
E mais: será que nós nos amamos? Será que cuidamos de nós, de nosso visual, de nosso coração? Será que investimos em nós? É impossível cuidarmos de alguém se não aprendemos a nos cuidar. E também, por vezes, teremos que aprender a nos deixar cuidar pelos outros, pois, do contrário, correremos o risco de morrer isolados em nossa própria resistência.
O que você ama? Do que você cuida ou precisa cuidar?
Ainda dá tempo, sempre dá…


Adriano Zandoná

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O mais importante é o amor

Qualquer que seja a profissão escolhida, esta deve estar a serviço do amor a Deus e ao próximo. E a primeira maneira de amar bem é trabalhar bem, pois assim estaremos servindo bem os outros. O Papa Paulo VI disse que “o amor é a vocação fundamental do ser humano” (Persona humana, 7).
É preciso que cada um de nós encontre o seu lugar na sociedade e na Igreja sem desperdiçar a vida, o tempo e os talentos, pois os outros precisam de nós. Acumula méritos diante de Deus quem “faz o bem sem olhar a quem”. Ninguém pode se sentir inútil ou desnecessário neste mundo, pois Deus tem uma missão para todos, seja solteiro ou casado. “Quem não vive para servir não serve para viver”, diz um ditado. Amar é servir, e é isso que nos faz felizes e santos. Fazer o bem faz bem. Dom Bosco disse que "Deus nos colocou neste mundo para os outros”. Charlie Chapplin disse que "o homem não morre quando deixa de viver, morre quando deixa de amar”.
No amor está a força da vida. Amar é dar-se de maneira espontânea, voluntária e desinteressada. Muito mais do que dar coisas aos outros, é preciso dar-se a si mesmo, sua dedicação, seu tempo, seu coração.
Só o amor constrói o homem e o mundo. O amor nunca morre ou acaba, mesmo que seja pregado numa Cruz. A razão da frustração do homem pós-moderno é que ele dominou o mundo e as estrelas, mas não aprendeu a amar o irmão que está ao seu lado. Só uma vitória do amor pode dar paz e felicidade ao mundo.

Há muitas pessoas que ainda são más, porque ainda não fizeram a experiência do amor; nunca foram suficientemente amadas. "O amor é a asa que Deus deu à alma para que ela possa subir até ele”, disse Michelangelo. A falta de amor desintegra o homem e a humanidade.
Sabemos que a árvore que retiver os seus frutos perece. É preciso ser como a árvore, saber dar os seus frutos a qualquer um que se achegue. Deus se dá aos que doam; ninguém é pobre e infeliz quando ama. Enriquecemo-nos pelo que damos, muito mais do que pelo que temos. O verdadeiro amor começa onde não espera nada em troca. Mas para que você possa se dar é preciso que você se possua. Ninguém dá o que não tem, ninguém dá aquilo que não possui; se você não se possui, não se domina, não têm o controle sobre as suas paixões, então, será difícil se doar aos outros. Esta é uma razão clara porque muitos são egoístas.
Alguém já disse: procurei a mim, mas não me encontrei; procurei Deus, mas não O encontrei, procurei o meu irmão e achei os três. Amar é uma decisão consciente de ir ao encontro dos outros e dar-se a eles. Isto nos faz felizes. Tudo aquilo que você encontra em seu caminho deve ser olhado como uma oportunidade de amar. O verdadeiro amor nos torna livres, porque nos liberta das coisas e de nós próprios.
Amar não é uma opção de momento, mas uma opção de cada momento. Não é um ato sentimental, é uma decisão. Jesus mandou que nos amássemos como Ele nos amou. Mas como Ele nos amou? Numa cruz. Não há nada de romântico e sensual numa cruz; mas há uma decisão.
O único “Império” que sobreviveu durante dois mil anos foi o que Jesus Cristo fundou sobre o amor e, até hoje, milhões morreriam por Ele. Só dura para sempre o que é feito por amor, pois ele se regozija com a felicidade do outro e dela faz a sua própria felicidade.
Duas coisas são necessárias para transformar uma vida: amor no coração e sorriso nos lábios. Sabemos que não falta pão no mundo para todos se alimentarem; há muito mais do que o necessário, mas falta amor e os homens acabam carentes de pão.
Disse Madre de Calcutá que: “Um coração alegre é o resultado normal de um coração inundado de amor”.
Para amar é preciso estar disponível. Se alguém o procura com frio, é porque sabe que você tem o cobertor. Se alguém o procura com lágrimas, é porque sabe que você tem palavras de conforto. Se alguém o procura com dor, é porque sabe que você tem o remédio. Se alguém o procura com fome, é porque sabe que você tem alimento. Se alguém o procura com dúvidas, é porque acredita que você tem a orientação que ela precisa. Se alguém o procura com desânimo, é porque acredita que você tem fé. Ninguém chega por acaso a você!


Felipe Aquino

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Rotina

Estou cansada de trabalhar e ver todos os dias as mesmas pessoas no caminho; passar horas trabalhando.Chego em casa e meu marido sempre do mesmo jeito, com a mesma disposição, a mesma comida para o jantar. Entro no banho e logo ele começa a reclamar.Quero descansar e assistir minha novela, mas meus filhos não me deixam, porque querem brincar comigo e conversar. Não entendem que estou cansada.
Meus pais também me irritam algumas vezes e entre trabalho, marido, filhos, pais e cuidar da casa, eles me deixam louca.
“Quero Paz”.
A única coisa boa é dormir. Ao fechar os olhos sinto um grande alívio, me esqueço de tudo e de todos.
-Ao dormir ...“Olá, vim te ajudar”.- Quem é você? Como entrou?-“Sou um servo de Deus. Ele disse que ouviu suas queixas e que você tem razão”.
-Isso não é possível, para isso eu teria que estar...
-“Isso, você está. Não se preocupará mais em ver sempre as mesmas pessoas, nem por aguentar o seu marido com suas reclamações e sua disposição, nem seus filhos que te irritam, nem terá que escutar os conselhos de seus pais e não terá mais qualquer casa para cuidar.”
- Mas... Que acontecerá com todos? Com meu trabalho? Minha casa ?
-“Não se preocupe. No seu trabalho já contrataram outra pessoa para o seu lugar e ela certamente está muito feliz porque estava sem trabalho”.
- E meu marido, meus filhos?- “Ao seu marido foi dado uma boa mulher que o quer bem, o respeita e o admira por suas qualidades, aceita seus gostos e defeitos e todas as suas reclamações. Além disso, ela se preocupa com seus filhos como se fossem filhos dela. De certo, tem uma emoção muito grande já que é estéril. Por mais cansada que chegue do trabalho, dedica tempo a brincar com eles e para agradar seu marido. Todos estão muito felizes”.
-Mas não quero isso!
-“Sinto muito, a decisão foi tomada”.
- Mas isso significa que jamais voltarei a beijar o rostinho dos meus filhos, nem dizer “eu te amo” ao meu marido e mostrar a eles o quanto são importantes na minha vida, nem dar um abraço nos meus pais.
- Não, não quero morrer, quero viver, envelhecer junto ao meu marido, fazer a viagem que há muito planejamos, colocar aquela roupa que comprei há mais de 1 ano, levar meus filhos ao passeio que sempre prometi. Não quero morrer ainda...
- “ Mas era o que você queria... Descansar. Agora já tens seu descanso eterno, durma para sempre”.
- Não, não quero, por favor, Deus!
- ..... “ Que aconteceu amor? Teve um pesadelo?” Disse meu marido me acordando com paciência e carinhosamente.
- Sim, um pesadelo horrível.... Parei a frase ao meio, olhei em seu rosto, seu semblante preocupado comigo, ali do meu lado, e então, sorrindo falei:
- Não meu amor.... não tive pesadelo nenhum, tive um encontro com Deus, que nos adora, e que acaba de me dar uma nova oportunidade.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

“Onde não há obediência, não há virtude. Onde não há virtude, não há bem, não há amor; e onde não há amor, não há Deus; e sem Deus não se chega ao Paraíso. Tudo isso é como uma escada: se faltar um degrau, caímos”.

(São Padre Pio)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Quem é o Espírito Santo?
É Aquele que torna visível e concreto o amor perfeito e maior
Um dia, uma criança encontrou um monge na rua e, cheia de entusiasmo, perguntou-lhe: – “O senhor poderia me dizer quem é o Espírito Santo?”. O religioso iniciou a explicação com toda sua sabedoria sobre o que a Teologia diz a respeito da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, partindo da Sagrada Escritura e comentando o pensamento dos teólogos mais importantes.
O ensinamento do monge era perfeito e correspondia ao pensamento da Igreja, mas o menino foi embora triste por não ter entendido nada e sem ter obtido uma resposta. Mais à frente, o garoto encontrou uma mulher com um bebê de colo, a qual o colocou no chão e começou a ensiná-lo a caminhar. Chamando-o, estimulando-o, acariciando-o e o aconselhando sobre os primeiros passos que ele deveria dar para poder caminhar sozinho. Quando a criança estava prestes a cair a mãe a levantava com muito cuidado e se ela, no entanto, caísse, ela procurava defendê-la dos possíveis perigos.
Enquanto o menino observava essas cenas o monge chegou até ele e lhe disse: –“Olha, meu filho, eu falei muita coisa sobre o Espírito Santo sem que você compreendesse nada. Agora, contudo, você pode olhar a vida de todos os dias, o amor com o qual aquela mulher cuida, ensina e corrige a sua criança é um símbolo real do Espírito Santo de Deus. Ele é o amor visível”.
Podemos tentar explicar o Espírito Santo Paráclito por meio das mais elevadas teologias sofisticadas, mas esse fato relatado acima nos ensina uma verdade muito importante. O Espírito Santo de Deus é amor e o mais nobre dos sentimentos pode ser compreendido somente se somos capazes de amar. Somente quem ama e procura viver no amor pode entender essa realidade. São João entende a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade como o amor, fonte e consolador: o amor é o verdadeiro dom de Jesus, aquele dom que é transmitido com um sopro, cuja finalidade é que cada um de nós viva no amor.
É o Consolador, o Paráclito, Aquele que mora nos nossos corações, e é perto de nós, nos acompanhando e lutando por nós, que toma a nossa defensa e fala no mais íntimo de nosso interior. Não podemos vê-Lo, mas sabemos que está presente (assim como o vento: não o vemos, mas o sentimos), sabemos que é Deus a infundi-Lo em nós e a nos doá-Lo. O Espírito Santo não é outra coisa que o amor com o qual o Pai ama o Filho e faz presente este amor supremo na vida dos homens. Ele é Aquele que faz visível e concreto o amor mais perfeito e maior: Jesus sobre a Cruz.
Cada vez que a Igreja se reúne para celebrar a Eucaristia, sobre o altar, o pão e o vinho se tornam, pela ação do mesmo Espírito Santo, o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, fazendo realmente presente e visível o Seu amor, que vem morar em nós para nos ensinar e guiar à verdade completa. O Espírito Santo, cada vez que a Igreja celebra a Reconciliação, atualiza – por intermédio do sacerdote – o sacrifício de Cristo, que nos perdoa e nos liberta dos pecados. E o faz por meio de todos os sacramentos, por meio dos quais se faz presente este amor que cura, liberta, protege, justifica, salva. Enfim, podemos dizer que cada vez que a pessoa ama realmente, com o amor de Jesus, faz com que o Espírito Santo de Deus se torne presente na vida do mundo, porque onde há caridade e amor ali está Deus.
Se quer conhecer o Espírito Santo olhe o Crucificado e peça a Jesus Cristo que o ensine a amar com o Seu mesmo amor, então, O verá, sentirá a Sua voz, que fala por intermédio dos pequenos e dos pobres, verá o lugar da Sua morada, que é a Igreja e verá a Sua glória, que é o Pão partido sobre o altar para a vida do mundo.
Pe. Paolo Morocutti